Palavras em Combate
Os Lusíadas
Poema épico (1572) de
Luís de Camões, de inspiração clássica (segundo a
Eneida, de Virgílio) mas de
manifesto saber contemporâneo, colhido na observação, é constituído por dez
cantos compostos de décimas em decassílabos heróicos, e vive de uma contradição
esteticamente harmonizada entre a ação das divindades pagãs (que ajudam ou prejudicam
o progresso dos Portugueses na viagem marítima para a Índia, tema do livro) e a
tutela do sentimento cristão e da expansão da fé, que anima um ardor de
conquista e de possessão do mundo.
Vasco da Gama
é o herói, Vénus a sua deusa protetora e Baco o adversário temido - mas a «lusa
gente» chega à Índia, dá «novos mundos ao mundo», e o Poeta narra este
empreendimento insigne alternando a fogosidade do entusiasmo e da crença com o
desengano do reconhecimento da mesquinhez humana, «mísera sorte, estranha
condição».
Escrito com
mestria narrativa exemplar, o poema representa o exercício em perfeição da
língua portuguesa, moderna, dúctil e rica em complexidade expressiva e em
matizes líricos de exceção.
Referência
http://cvc.instituto-camoes.pt/literatura/lusiadas.htm
Gil
Vicente
A obra vicentina é tida como reflexo da
mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o
balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por
regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem
instituída, ao questioná-la. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita
que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa.
Os especialistas classificam-na como
moralidade, mesmo que muitas vezes se aproxime da
farsa. Ela proporciona uma amostra do que era a sociedade
lisboeta das
décadas iniciais do
século XVI, embora alguns dos assuntos que
cobre sejam pertinentes na atualidade.
Diz-se "Barca do Inferno", porque quase todos
os candidatos às duas barcas em cena – a do
Inferno, com o seu
Diabo, e a da
Glória, com o
Anjo– seguem na primeira. De facto, contudo, ela é muito mais
o auto do julgamento das almas.
Referência
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gil_Vicente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Auto_da_Barca_do_Inferno
Palavras em Combate
Atrás da Porta
Chico Buarque
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
No teu peito, teu pijama
Nos teus pés ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
- Esta cantiga é caracterizada como cantiga de amigo, pois possui o eu lirico feminino e expressa o sentimento de tal eu lirico, apesar te ter sido escrita por um homem: Chico Buarque.
- E aqui a mulher é um ser mais real e concreto, o que diferencia a cantiga de amigo da cantiga de amor. Nesta cantiga a mulher está prestes a perder o seu amado, mas ela o ama e ainda quer mostrar que ela pertence a ele.
Referência:
http://letras.mus.br/chico-buarque/45113/
Palavras em Combate
Hagiografia de São Luís
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São Luís |
Luís Nasceu no dia 09 de março de 1568, em Mântua, Itália. Seu pai, Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e irmão do duque de Mântua, desejava que seu primogênito, seguisse seus passos na vida militar. Para isso o pequeno Gonzaga recebeu educação esmerada frequentando os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana: corte dos Médici, em Florença; corte de Mântua; corte dos Habsburgos, em Madri. Contudo, aquele menino daria fama à família Gonzaga com armas totalmente diferentes e quando foi enviado a Florença, na qualidade de pajem do grão-duque da Toscana, aos dez anos de idade, imprimiu em sua própria vida uma direção bem definida, voltando-se à perpétua virgindade. Após ter recebido a primeira comunhão das mãos de São Carlos Borromeu, decidiu, para surpresa de todos, pela vida consagrada, na Companhia de Jesus, derrubando por terra os interesses de seu pai, que o despachou para as cortes de Ferrara, Parma e Turim. Mais tarde, Luís escreveu: "Também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fetidas". Renunciando ao título e à herança paternos Luís, aos catorze anos, entrou no noviciado romano, sob a direção de São Roberto Belarmino, esquecendo totalmente sua nobreza e escolheu para si as incumbências mais humildes, dedicando-se ao serviço dos doentes, sobretudo na epidemia que atingiu Roma em 1590. Luís morreu durante o 4º ano de Teologia no dia 21 de junho de 1591, com apenas 23 anos de idade, provavelmente tendo contraído a terrível doença: foi assim mártir da caridade e a Igreja o proclamou patrono da juventude e recentemente também protetor das vítimas da AIDS.